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Qualidade de Vida
 
Prejuízo da Qualidade de Vida de Jovens Fumantes Sadios

 

Martinez JAB e cols. Chest, 125: 425-428, 2004
 
 
O termo qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) pode ser definido como a quantificação do impacto da doença na vida e bem estar dos indivíduos, avaliada de forma subjetiva, através de um instrumento formal e padronizado. Muito embora o tabagismo não seja considerado uma moléstia no sentido tradicional da palavra, alguns estudos têm demonstrado que o consumo de tabaco pode estar associado a prejuízos da qualidade de vida. Como tais estudos foram efetuados em grandes populações, incluindo idosos e fumantes de longa data, o não reconhecimento da presença de doenças associadas ao tabaco, poderia estar influenciando nesses resultados. Devido a isso, decidimos investigar a QVRS de fumantes jovens, com tabagismo de curta duração e que comprovadamente não fossem portadores de outras doenças associadas.
 
Para a análise da QVRS foi empregado o questionário SF-36, em uma versão devidamente traduzida e validada para o português falado no Brasil. O questionário e questões relacionadas a hábitos de vida foram aplicados a jovens universitários de duas universidades públicas paulistas. 
 
Foram entrevistados 77 fumantes (39 homens, 38 mulheres), com idade média de 20,5 ± 2 anos e um grupo controle de 97 indivíduos que nunca fumaram (55 homens, 42 mulheres) com idade média de 20,6 ± 2 anos. A duração média do tabagismo para os fumantes foi de 3,2 ± 2,1 anos e a intensidade 1,7 ± 1,8 anos-maço. O grupo de fumantes apresentou escores médios de qualidade de vida inferiores aos dos não fumantes para os oito domínios avaliados. As reduções atingiram significância estatística para cinco dos domínios. Prejuízos de qualidade de vida foram notados tanto em aspectos físicos como também em aspectos psicológicos. A presença ou ausência do consumo de álcool não parece ter influenciado nos resultados. 
 
Muito embora esses resultados mostrem claramente que fumantes tem escores de QVRS inferiores aos de não fumantes, no momento não sabemos dizer o que é causa e o que é conseqüência. O tabagismo poderia levar a prejuízo para atividades físicas e mentais por diversos mecanismos hipotéticos relacionados, por exemplo, com prejuízos da oxigenação e perfusão sanguínea teciduais. Por outro lado, pessoas menos propensas ao desenvolvimento de atividades físicas e com traços depressivos de personalidade estariam em maior risco a tornarem-se tabagistas. Na primeira hipótese, a presente constatação poderá servir como um argumento adicional para encorajar pessoas a abandonar o fumo. Caso a última possibilidade seja verdadeira, campanhas anti-fumo deveriam concentrar-se nas pessoas com escores de QVRS baixos, visando prevenir a introdução desses indivíduos no vício. Estudos adicionais ainda são necessários para elucidar esses aspectos.                
 
 
 
  
Autor: José Baddini Martinez  
Data: 30/3/2004 
 
 
http://actbr.org.br/detalhes_artigos.asp?cod_artigo=133
 
 
 
 
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  Dra. Lídia Sabbadini
Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares
Cirurgiã Dentista CRO-RS 4840